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A PARTICIPAÇÃO FEMININA NA PÓS-GRADUAÇÃO BRASILEIRA: UMA ANÁLISE DOS CURSOS STRICTO SENSU DA ENGENHARIAS I;

Carolina de Melo Nunes Lopes, JULIANE APARECIDA BRAZ STARLINO, Karina Marcele Marques, Arlene Maria Cunha Sarmanho, Julia Castro Mendes;

COBENGE22

[87] 09. Inclusão, Diversidade, Pluralidade e Cidadania

[305] 09. Inclusão, Diversidade, Pluralidade e Cidadania

O debate em relação à participação feminina na ciência e na pesquisa joga luz às diferenças de gênero que perduram na sociedade. A histórica divisão social do trabalho ainda exerce forte influência nas carreiras femininas, fazendo com que muitas mulheres escolham carreiras relacionadas ao cuidado. Atualmente, as mulheres são maioria entre os estudantes de pós-graduação no Brasil. No entanto, a participação delas, embora crescente, ainda é menor nos cursos de Engenharia. Esta diferença se torna ainda mais perceptível entre os docentes dessa área. Este trabalho tem como objetivo analisar a participação feminina nos cursos de Engenharias I, da pós-graduação stricto sensu brasileira, de 2013 a 2020, bem como avaliar as relações orientador-orientando por gênero. Foram analisados 16.131 pares de orientador-orientando de trabalhos de conclusão de pós-graduação, e conclui-se que: (1) entre 2013 e 2019, houve um aumento de concluintes de mestrado e doutorado em Engenharias I, no entanto, em 2020, devido à pandemia, esse número caiu; (2) a participação relativa masculina e feminina, como discentes, manteve-se estável ao longo dos anos, sendo as mulheres em média 46% dos estudantes e os homens 54%; (3) as mulheres representam, em média, somente 28% dos orientadores; (4) entre 2013 e 2019, o número de orientadores aumentou e houve diminuição da diferença de gênero entre eles, porém, em 2020, essa diferença voltou a crescer; (5) docentes masculinos e femininos orientam cerca de 2 alunos cada, mas os homens orientam 13% mais trabalhos de conclusão; (6) proporcionalmente, as mulheres tendem a orientar mais mulheres e os homens tendem a orientar mais homens. Os resultados reforçam a necessidade de implementação de políticas públicas para que o aumento da escolaridade feminina reflita em uma maior participação delas como docentes, já que a equidade de gênero é fundamental para uma sociedade mais justa, igualitária e sustentável.

diferenças de gênero; pós-graduação; orientação; mulheres na ciência
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